Vida

•dezembro 15, 2009 • 1 Comentário

Se alguém ainda visita esta joça, deve ter reparado que eu não posto mais.

Há alguns meses eu criei uma conta no Tumblr. Então se por algum motivo vocês quiserem ler o que eu ando escrevendo, vão pra lá:

http://andneverbefound.tumblr.com/

Não estou escrevendo grandes textos por lá, mas eles haverão de vir de vez em quando.

E é tudo em inglês, mas isso não será problema para os meus poliglotas leitores.

Infelizmente não tem comentários. Mas ninguém comenta aqui mesmo, então menos mal.

Comme des enfants

•agosto 29, 2009 • Deixe um comentário


One step at a time.

R.I.P. John Hughes

•agosto 7, 2009 • 1 Comentário

Este não será um grande post ou algo assim. Não acho que tenha um bom texto sobre John Hughes em mim, mas de qualquer forma achei que não deveria deixar a morte dele passar em branco. Quem escreveu um bonito post foi o André Takeda.

A primeira vez que me lembro de ter ouvido seu nome foi ao assistir um filme do Kevin Smith (sempre ele) onde o Jay mencionava que o Silent Bob era fã dos filmes de John Hughes. Fui ver quais eram esses e percebi que também era fã, só não sabia ainda. Só que se para muitos Hughes foi um símbolo da adolescência, os filmes dele marcaram mesmo a minha infância. Não fui um adolescente nos anos 80, mal o fui nos anos 90, pra dizer a verdade. Acho que meu John Hughes é Kevin Smith mesmo, e acho que pra geração seguinte o Judd Apatow que o será.

Por isso, a sensação que a morte dele me traz é outra, embora também muito ruim. Apesar de eu não saber na época, muitos dos filmes que eu mais gostava tinham o dedo dele, seja na direção, produção ou roteiro. Seria até loucura citar todos, mas é só dar uma olhada na sua filmografia no IMDB e você provavelmente irá sentir algo parecido.

Se tivesse que citar um, apenas um momento, com certeza seria Ferris Bueler cantando Twist and Shout em “Curtindo a Vida Adoidado” (Ferris Bueler’s Day Off). E obviamente eu não estou sozinho nessa:

Foi essa cena, vista quando eu tinha provavelmente sete ou oito anos, que me mostrou que música e Beatles eram legais. E eu não esqueci até hoje.

Eu poderia falar das coisas de mais ou menos pra ruins que ele veio fazendo nos últimos anos, mas isso é irrelevante neste ponto. De jeito nenhum apaga Ferris Bueler, Duckie, Clark Griswold (Chevy Chase em Férias Frustradas) ou o grande tio Buck de John Candy. Estando em sua melhor época ou não, o mundo fica mais chato depois de sua prematura partida.

Este está sendo um péssimo ano pra cultura pop.

De la musique

•julho 28, 2009 • Deixe um comentário

Muitos discos bons já saíram esse ano. Falar sobre tudo de uma vez seria difícil, então vou deixar aqui duas músicas que venho ouvindo muito recentemente:

-Over It, do Dinosaur Jr. Como é bom ouvir isso. Dá uma sensação de ser um jovem sem preocupações nos saudosos anos 90. Eu colocaria essa música num filme. E seria a cena mais legal dele.
Fora isso, o clipe é muito legal. Quando eu for velho eu quero ser que nem o J. Mascis. E depois como o Neil Young ou o Bob Dylan.

-You and I, do Wilco com a Feist. Ainda não assimilei totalmente o novo disco do Wilco, mas essa música é clássico instantâneo. Juntar Feist com Jeff Tweedy é até sacanagem. Saquem só nesse vídeo deles no Letterman:

E por fim, outro dia a Diana me levou no show da Cat Power. E lá encontramos grandes amigos que eu há muito não via. Foi uma bela noite. E isso aconteceu:

De falta de boa música eu não morro, apesar do mundo continuar tentando.

Brazil report #1

•julho 28, 2009 • Deixe um comentário

Depois de semanas no Brasil, meu Brasil brasileiro; finalmente meu primeiro post sobre estas férias. Post esse que periga de ser o único.

Não é nem falta do que dizer – ao vivo, eu ando falando bastante coisa pra quem quiser ouvir – mas é mais que eu não consigo ver muito propósito em dizer coisas aqui. O que eu deveria tentar é fazer como a maioria dos poucos blogs que eu leio e ainda existem, e simplesmente postar o que der na telha. Sim, parece que isso é o que eu já fazia, mas não é…

Pois bem, o Brasil continua o Brasil. A primeira semana foi estranha, difícil de me acostumar. Depois já me sentia normal. E percebo como as pessoas que conheço aqui me fazem falta lá. E isso porque alguns amigos vi poucas vezes ainda, ou então nem vi.

Por outro lado, aqui sinto falta de ter ocupações, como já sentia antes de ir embora.

Não que eu esteja 100% parado. Ando assistindo filmes, lendo e me correspondendo com minha produtora de Orlando para já irmos nos preparando para a filmagem do meu curta, que por sua vez servirá de preparação para o longa. Depois de alguns obstáculos que apareceram, parece que dentro de mais ou menos dois meses vou voltar a dirigir algo, depois de dois anos. O que é incrivelmente empolgante e aterrorizante ao mesmo tempo. Não falei sobre o roteiro desse tal curta aqui, mas ele já é conhecido por alguns que me conhecem pessoalmente.

Além disso, há o ócio criativo que, embora alguns não compreendam, é uma realidade. Como disse Camus (no livro que estou quase terminando no momento, “A Morte Felix”), “o ócio é fatal apenas aos medíocres”. Resta apenas saber se eu me enquadro nessa categoria. Um bom sinal: se eu ainda não escrevi uma palavra no meu roteiro desde que cheguei, andei pensando muito nele. E na verdade escrever é isso. É ruim não ter o que mostrar, mas as coisas andam acontecendo na minha cabeça. Não costumo colocar nada no papel antes de ter definido mentalmente.

É isso. Vamos tocando a bola e ver o que sai. Desejem-me sorte.

Resoluções de meio de ano

•junho 30, 2009 • Deixe um comentário

Como não fiz resoluções no começo deste ano (ou pelo menos não me lembro de ter feito nenhuma), aproveito agora que estamos quase que exatamente no meio do ano para transformar pensamentos que estão em minha cabeça ultimamente em resoluções:

1- Ser mais otimista. – Eu não acho que seja uma pessoa pessimista como muitos me acusam, mas venho reparando como o mundo anda cínico demais recentemente e no quanto isso me incomoda. Então quem sabe se eu buscar olhas para o lado bom das coisas (sem ignorar o ruim, claro) eu possa contribuir um pouco para mudar isso. Ou pelo menos evitar ser engolido pelo cininismo vigente.

2- Conversar com mais pessoas aqui em Orlando. – Acho que isto é auto-explicativo.

Vai ser difícil, pois ambas vão contra minha natureza, de uma forma ou de outra. Mas só de listá-las aqui já é um ato de boa fé, eu acredito.

E é isso. Por hoje é só.

Uma pequena janela

•maio 20, 2009 • Deixe um comentário

Há tempos venho querendo escrever e mostrar aqui no blog como é minha vida por aqui em Orlando.

Pois é, não será desta vez. Mas aqui está uma foto que mostra um pouquinho disso. É meu computador, onde eu passo uma boa parte do tempo, escrevendo, conversando com pessoas distantes e ouvindo música (sempre):

No flickr ela tem várias notas.

NP: Radiohead – Motion Picture Soundtrack

Indo onde muitos já estiveram antes

•maio 14, 2009 • 3 Comentários

Neste fim de semana fui assistir o Reboot de Star Trek. Belo filme. Vale a pena assistir, sem dúvida alguma. Como eu já andei dizendo por aí, tenho alguns probleminhas com ele, mas nada que realmente estrague (a não ser que você esteja disposto a não gostar, como parece acontecer com relação a certas franquias).

No entanto, ao ler esta matéria do Newsarama sobre o que seria legal ver nas sequências, comecei a pensar em algo: porquê deveríamos ver as mesmas coisas de novo e de novo? Eu já venho meio incomodado com essa mania de remakes que anda assolando o cinema e a TV há algum tempo, e ler a matéria trouxe isso à tona. Não vejo porque fazer um filme com um novo Khan, por exemplo. O original já é excelente, e a atuação do saudoso Ricardo Montalban é memorável. Não há porquê fazer de novo. Elementos antigos podem e devem ser revisitados, mas recontar histórias passadas pra mim é besteira. Ao meu ver, esse reboot foi interessante para poder contar novas histórias de Star Trek, e não para vermos as histórias que já foram contadas com mais humor e o estilo “descolado” de J. J. Abrams. E embora a matéria reconheça que a renovada franquia deve procurar novo material, ela propõe um caso justamente do contrário.

O senhor de novo?

Um bom exemplo do que estou dizendo até aqui é a linha Ultimate da Marvel Comics. Ela foi lançada há quase dez anos já, e é basicamente a mesmíssima coisa de Star Trek: um reboot onde é tudo igual, só que diferente. Os melhores personagens saídos desse reboot foram aqueles que mais longe foram dos originais, com a única exceção sendo o Homem-Aranha (apenas pelo fato de que ele já havia sido muito descaracterizado no universo original).

É verdade que por esse raciocínio não haveria porque fazer novos filmes do Batman, por exemplo. Afinal, antes de ver Heath Ledger como Coringa muita gente acreditava que Jack Nicholson não poderia ser superado no papel. Mas isso me leva ao meu verdadeiro ponto: eu acho que deveríamos parar de usar sempre os mesmos personagens. No caso do Coringa, como ele não tem realmente uma “identidade secreta” definida, seria interessante apresentar versões diferentes do mesmo personagem (algo que eu gostaria de ver Chris Nolan fazer caso decida usar o personagem de novo, já que será triste ver alguém tentando emular Heath Ledger). Já no caso do Batman, enquanto o conceito é muito legal, se vamos ver uma série contínua sobre ele, será que ele deveria ser sempre Bruce Wayne? Porque somos tão apegados a esses nomes? Porque as aventuras de Star Trek só são legais se forem sobre Kirk & cia (sei que isso é discutível, mas se não fosse o caso porque não usar personagens novos com essa abordagem atual?) Porque o Homem-Aranha deve ser sempre Peter Parker, o Superman Clark Kent e assim por diante?

Por mais que eu goste de todos esses personagens, acho que devemos parar de usá-los como muletas e criar coisas novas para seguí-los. A DC Comics havia feito algo legal nesse sentido com o Flash. Barry Allen havia morrido e foi substituído pelo sobrinho Wally West, que era seu sidekick. Por uns 20 anos Wally ocupou o lugar de Flash principal da casa, mantendo vivo o legado de Barry com sua própria personalidade e histórias diferentes. No entanto, recentemente o atual editor da DC (um belo de um babaca), decretou que Barry devia voltar. E assim foi.

Barry Allen entra, a vergonha na cara sai.

A principal razão de propriedades intelectuais caírem em domínio público é estimular a criatividade, fazendo com que a cultura avance mais rápido e não dependamos apenas das mesmas coisas para sempre. Os períodos enormes que estão em vigor hoje em dia para que isso aconteça (graças a Lobbies de grandes indústrias do entretenimento) alimenta essa nossa dependência dos nomes de sempre, e eu acredito que no final das contas isso gera um ciclo constante de retrocessos. Eu que não quero ver daqui a alguns anos um remake de Star Wars, com novas pessoas no papel de Luke, Leia e Han. Sai pra lá!

Mas é claro que sei que sou voto vencido, então eu gostaria de pelo menos ver um meio-termo. Apesar de preferir que as indústrias vão atrás de novos personagens e continuem construindo as histórias que contam ao invés de ficar num loop eterno, eu estou disposto a ver os mesmos personagens se pelo menos tivermos histórias diferentes. Ou seja: nada de Khan, a não ser que ele seja totalmente diferente. E de maneira alguma quero ver Chris Pine gritando “KHAAAAAAAANNNNNN”. Só o William Shatner e o George Costanza podem. Tá bom assim?

Eu estava lá!

•maio 12, 2009 • Deixe um comentário

Ah sim! Fui no show do Death Cab, quinta passada. Bom demais.

Esse foi um belo momento. Infelizmente não encontrei vídeos de Transatlanticism, que fechou o set. Foi sensacional.

Primeiro ano: fim

•maio 12, 2009 • Deixe um comentário

Cheguei ao fim de meu primeiro ano aqui. Não realmente um ano do calendário, mas meu primeiro ano escolar. Sim, o semestre acaba bem cedo aqui.

Pensei em fazer um balanço, mas acho que seria perda de tempo. Meu progresso acadêmico tem sido bom. Boas notas, etc. Profissionalmente não posso reclamar também. O departamento parece estar satisfeito com meu serviço. Socialmente minha vida anda uma lástima, mas a gente vai levando. Eu já devia estar acostumado.

O que importa é o filme. Terminei o terceiro tratamento do roteiro há algumas semanas. Estou tirando umas férias dele, mexendo em outras coisas (e outras histórias) enquanto vou pensando no que quero fazer na próxima versão. Eu acho que estou bem perto do que quero com ele, pelo menos quanto aos fatos (tirando uma ou outra coisa, claro). Ainda preciso moldar mais as descrições e coisas do tipo que compõe o tom do filme. Eu sempre fui ensinado a colocar apenas diálogo e direções de palco no roteiro. É assim que dizem ser o certo, mas estou vendo que é uma bela furada. Deve funcionar para certos tipos de histórias, mas com o que eu quero fazer, estou vendo que preciso dar mais formas de quem estiver lendo entender o que está na minha cabeça.

De qualquer forma, a boa notícia é que, pelo menos na minha cabeça, o filme vem ficando mais definido do que nunca. Assisti alguns filmes recentemente que se aproximam do tom que eu quero, venho pesquisando bastante e acho que o resultado final pode ficar muito legal.

Se tudo der certo, farei algumas coisas interessantes agora no verão. Se der errado, será o verão mais chato de todos os tempos. Mais notícias quando elas existirem.